Por GUILHERME ROMAN BORGES
(fragmento da tese de mestrado apresentada em 2005 junto à Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná)
(...)
A investigação dessa experiência limite (...) pressupõe a compreensão de uma determinada forma de pensamento levada a cabo por intelectuais franceses a partir de meados da década de quarenta do século passado, uma prática angustiada de um discurso poderosamente original, imerso em temáticas como sexualidade, tabus, repressão, etc., temáticas até então canonizadas e rechaçadas pela filosofia, em prol do hegelianismo de Hyppolite ou do marxismo de Sartre.
(...)
Autores como Foucault, Deleuze, Barthes, Bataille e Blanchot, além de estarem todos interligados pelos aforismas nietzscheanos, vez que, segundo Roberto Machado, não apenas se preocuparam em fazer um comentário à obra de Nietzsche, mas, ainda mais, de assumir um estilo nietzschiano não-dialético e não-fenomenológico,[1] todos, às suas particularidades, procuraram repensar a modernidade e seus postulados, diante da angústia que visualizavam na sua incapacidade e saturação teórica de responder ao mundo os seus cotidianos conflitos. Angústia essa que inevitavelmente se fará transparecer nas suas escrituras.
Por essa razão, convém resgatá-los a partir de uma imagem específica, a imagem da transgressão, repensada especificamente no campo da epistemologia e da literatura, antes mesmo das questões políticas e sociológicas. É o pensamento sobre a possibilidade de um discurso autêntico e inovador que aqui se reverbera. Um pensamento com raízes nietzscheanas, que se fez presente nas interpretações literárias, e que muito podem agitar o estatuto epistemológico do discurso jurídico, emprestando-lhe novos conceitos e lhe doando originais sentidos.
Esses discursos de angústia, cada qual com as suas singularidades, preocupam-se em chocar, em desalojar a razão de seus receptores,[2] em romper com as barreiras do tradicionalismo, levando o pensamento a experimentar as suas fronteiras, o seu fora, o seu outro, em suma, os seus duplos: eis a costura deste ensaio.
Tratam-se de autores distintos, mas que paralela e transversalmente se dedicaram a romper em conjunto o cogito cartesiano e o império da razão.[3] Autores que, de um certo modo, estiveram interligados na vida.
Grande parte deles se encontraram na França pós-resistência e se entrecruzaram na vida acadêmica, ora pessoalmente, ora intelectualmente.
Os primeiros encontros se deram de modo indireto em Paris, na prestigiada Rued’Ulm, berço do Collège de France, quando inúmeros intelectuais, como Georges Bataille, Pierre Klossowski, Jacques Lacan, Michel Foucault, Raymond Aron,Maurice Merleau-Ponty, André Breton, entre outros, cada qual ao seu tempo,deixaram-se levar pelas aulas do conhecido Maître Hippal, o filósofo JeanHyppolite (1907-1968), hegeliano introdutor na França da fenomenologia do espírito, e, um dos poucos capazes de unir, ao lado de Jean Wahl e Henri Lefebvre, tantos pensadores.[4]
Hyppolite foi o mestre de todos, sua obra Génèseet structure de la “Phénomenologie de l’esprit”) teve vasta referência nas questões sobre a vida e a morte da filosofia para esses autores. Hyppolite, que no começo da década de cinqüenta era o diretor da École Normale Supérieure,[5] fez-se presente nas suas vidas, discutindo também temas variados, como psicologia, antropologia kantiana (tese foucaultiana complementar), etc.[6] O mestre Hippal teve papel significativo, como por exemplo, na vida de Foucault, desde a sua recomendação à Universidade de Clermont-Ferrand, para que aceitasse o jovem filósofo como professor auxiliar na cátedra de filosofia[7] (sua primeira cátedra), bem como por ter articulado o seu ingressono Collège de France em 1970, juntamente com Braudel, Dumézil e Vuillemin, apesar de sua morte prematura no dia 27 de outubro de 1968.[8]
Sem embargo a sua robusta presença na vida intelectual parisiense, a ver-se pelo cronológio foucaultiano publicado no segundo trimestre de 1969 na Revue de Métaphysique et de Morale,[9] e a sua capacidade de público, Hippolite foi naturalmente por eles negado, ou melhor, o seu hegelianismo dominador foi rechaçado, em prol de novas perspectivas de cunho claramente nietzscheanas.
É nesse contexto que aparecem autores importantes na vida acadêmica francesa como Barthes, Foucault e Deleuze, contemporâneos e de raízes bataillana e blanchoniana.
Georges Bataille e Maurice Blanchot foram literatos e filósofos que marcaram essa reviravolta não-marxista do pensamento francês. Eram declaradamente amigos e trocaram uma série de correspondências sobre o conteúdo de suas obras, sobre seus novos horizontes e sobre suas discussões temáticas, fato esse de relevante importância para esse ensaio, à medida que o direito erotizado se conflui no erotismo bataillano e na experiência do fora blanchoniana.[10]
Contudo, ainda não tão próximos, a presença desses dois intelectuais é constante nos autores normaliens, a ponto do jornalista e biógrafo Didier Eribon sustentar que “Blanchot certamente seria uma das fontes fundamentais para compreender a obra de Foucault.”[11]
As leituras de Foucault sobre Bataille e Blanchot já começaram na École Normale Supérieure, quando as fazia na descoberta do homossexualismo como forma de transgressão e de experiência limite.[12]
E, aqui, o enlace é maior, pois a transgressão reúne vários desses intelectuais sob o mesmo percurso epistemológico. Entretanto, é nos anos cinqüenta, a partir de sua retirada do partido comunista, que o entusiasmo de Foucault pela literatura teve espaço. O autor chegava a comentar nesse período que gostaria de ser como Blanchot, especialmente quando se encantava por suas crônicas escritas regularmente a partir de janeiro de 1953 na Nouvelle Revue Française.[13]
Foucault, inclusive, chegou a publicar em 1966, num volume da Critique escrito em homenagem a recente morte de Blanchot, um artigo extraordinário interpretando a sua obra, denominado La Pensée du Dehors,[14] sem embargo, como narrara o próprio escritor no livro, o fato de que ambos jamais chegaram a se conhecer, senão teriam trocado uma única vez algumas palavras.[15] A amizade silenciosa entre Foucault e Blanchot aparece em alguns momentos de suas vidas. Alguns anos mais tarde, Foucault teria buscado um editor para sua tese sobre a loucura antes mesmo de defendê-la, como de praxe, e Blanchot, apesar de não ter obtido sucesso, chegou a fazer-lhe um parecer favorável no corpo editorial da Gallimard.
O último contato tácito teria sido em 1963, quando Blanchot, próximo da morte, renderia uma última vez homenagem a Foucault por ocasião da publicação de Raymond Roussel.[16]
Já com Bataille, a relação foucaultiana se trava noutro sentido, mas também muito próxima. Foucault, do mesmo modo que dedicou a Blanchot, na sua morte, um artigo na Critique, também o faz para Bataille, primeiro, com a publicação num volume especial que lhe fora dedicado na mesma revista, da qual esse fora fundador, com um artigo intitulado Préface à la Transgression[17], e, segundo, através da redação para a Gallimard de uma apresentação às suas obras completas.[18] Aliás, o próprio Foucault, numa entrevista concedida a Gerard Raulet, para a Revue Telos, na primavera de 1983, intitulada Structuralisme et poststructuralime salienta porque estes autores teriam sido importantes:
“eu li Nietzsche por causa de Bataille e eu li Bataille por causa de Blanchot” [19]
Dessa maneira, as leituras de Foucault levam a Blanchot, que levam a Bataille, e, derradeiramente, a Nietzsche, por essa razão, convém também sobre ela debruçar e investigar a origem dessa modalidade de discurso, naturalmente angustiada.
Mas se Nietzsche foi levado a Foucault nas mãos dos escritores transgressionais, estes o foram até as mãos de Roland Barthes através de Foucault.
A relação entre Foucault e Roland Barthes começou muito cedo, pois como se lembra Madame Foucault, em conversa com Didier Eribon, diz tê-lo recebido em sua casa em Vendeuvre algumas vezes, quando Foucault ia passar suas férias.[20] Eles se conheceram no final de 1955, quando Foucault fora passar as férias de Natal em Paris, por intermédio de Robert Mauzi, ex-colega da Rue d’Ulm. Barthes, nessa época, não era muito conhecido, pois, além de ter publicado somente Le Degré Zéro de l’Écriture e Michelet par lui-même, havia ingressado tarde na agrégation, já que passara parte de sua infância num sanatório.[21]
Mais tarde, por duas vezes Barthes seria convidado para dar palestras em Uppsala, quando lá restara Foucault na função de leitor.[22] E, também, no ano de 1962, após a morte de Georges Bataille, quando Foucault se tornara editor responsável da Revista Critique, e o convidara a participar do conselho editorial.[23]
Apesar da relação, a amizade que se estabelece nesse período, à custa de constantes jantares no Quartier Latin e de boates de Saint-Germain, nunca foi tão tranqüila, pois sempre existiu uma certa rivalidade entre os dois pensadores e uma viva discrepância de temperamentos.
Alguns autores, como David Macey, outro grande biógrafo de Foucault, arrisca afirmar que a separação ocorrida entre ele e Barthes poderia ter tido razões distintas: ou porque ambos teriam um ciúme recíproco; ou em virtude de um incidente que ocorrera, quando Barthes, Foucault e Jean-Paul Aron, passavam juntos suas férias em Tanger, e aquele teria caçoado de Foucault por vê-lo triste pelo fato de não ter recebido nenhuma correspondência de Daniel Defert; ou, então, segundo o próprio Defert, porque a sua presença na vida de Foucault e as preocupações em torno das críticas de Lês Mots et les Choses teriam acabado com os jantares e afastando a ambos.
O relacionamento estabelecido foi conflituoso e escasso por toda a vida, só sendo resgatado com serenidade por volta de 1975, estranhamente para alguns, quando Foucault sustentaria a candidatura de Barthes no Collège de France.[24]
É nesse ano, quando Barthes é eleito para o Collège de France, e publica o livro Roland Barthes par Roland Barthes, uma espécie de autobiografia, que existe uma aproximação maior com os problemas vividos por Foucault (como o homossexualismo),[25] bem como a infância complexa, daquele que vivera num sanatório, e, salvo o ópio, certamente a homossexualidade, vez ela lhes trazia problemas comuns segundo à época. Para muitos, a ajuda de Foucault decorreria da velha amizade, entretanto, a par das razões, a verdade é que Foucault a faz de modo brilhante, marcando a vida de Barthes até a sua trágica morte (atropelamento na frente da Sorbonne no dia 26 de março de 1980).[26]
Por ocasião da morte de seu amigo, Foucault escreve um necrológio para o anuário do Collège de France, reconhecendo o brilhantismo de seu colega:
“Há alguns anos, quando eu lhes propunha que o acolhessem em nosso meio, a originalidade e a importância de um trabalho que prosseguira durante mais de vinte anos, com um brilho reconhecido, me autorizavam a não recorrer, para apoiar o meu pedido, à amizade que eu tinha por ele. Eu não tinha que esquecê-lo. Podia fazer abstração disso. A obra estava ali. Desde então, essa obra está sozinha. Ela ainda falará, outros a farão falar, e falarão sobre ela. Então permitam que nesta tarde fale apenas a amizade, que, com a morte que ela detesta, deveria ter ao menos uma semelhança: ser silenciosa (pas bavarde).”[27]
Além da relação pessoal, certamente se poderia perceber uma relação acadêmica, especialmente no que tange à questão da linguagem e do mito, que Foucault retoma em A Verdade e as Formas Jurídicas, bem como em torno da ênfase sobre a idéia de corpo, do corpo como foco de atenção, ao afirmar, por exemplo, que as pessoas teriam vários corpos, um corpo digestivo, um corpo mareado, um corpo sensual, um corpo muscular, um corpo humoral (nas mãos do escritor), e um corpo emotivo.[28] Insiste na mesma idéia no texto Encore le corps, publicado na Critique.[29]
Certamente a prevalência pelo corpo encontra guarida no biopoder de Michel Foucault, especialmente na sua espacialidade como inserção de práticas disciplinares. Poder-se-ia, ainda, vasculhar a relação existente em torno da idéia de transgressão sexual afirmada como liberação política da sexualidade, durante os anos cinqüenta e sessenta por Foucault.
Todavia, para além da relação de transgressão nas obras de Bataille e Blanchot, a que Barthes e Foucault experimentam, e, conseqüentemente a Nietzsche, outro intelectual de peso deve se juntar nesse ensaio: Gilles Deleuze, autor original, que veio a delimitar o conceito do fora a partir de suas construções sobre as multiplicidades e a diferenças.
Deleuze, juntamente com François Châtelet, foi aprovado para École Normale Supérieure em 1948, origem de grande parte deles.[30]
O primeiro encontro entre Foucault e Deleuze se deu no início dos anos cinqüenta, quando aquele era professor em Lille, e Deleuze, na época lecionando no Liceu de Amiens, por acaso levado por um amigo, Jean-Pierre Bamberger, assiste a uma de suas aulas, e após vai jantar com Foucault. Todavia, a profícua relação de alguns anos mais tarde não se concretizou neste momento,[31] mas começa a retomar seu curso quando Foucault sugere o nome de Deleuze para substituir Jules Vuillemin, que tinha sido eleito para o Collège de France.
Embora isso não venha ocorrer, e Deleuze perca a eleição para Roger Geraudy, candidato do Partido Comunista, Foucault, como represália, acaba por incomodá-lo até o seu pedido de transferência,[32] surgindo, então, desde 1962, em Clermont-Ferrand, uma intensa amizade entre Foucault e o casal Deleuze. Ambos voltam a se encontrar na Universidade de Vincennes, quando Foucault, assim que nela ingressa, indica o seu nome como professor auxiliar, embora Deleuze não o aceite, já que estava muito doente.[33] Outras oportunidades surgem, e que, de certo modo, vão costurando a experiência do fora nos autores.
Por ocasião da publicação de dois livros de Deleuze, Différence et Répetition e Logique du Sens, Foucault escreve seu último artigo para a Revista Critique, intitulado Theatrum Philosophicum;[34] e, em razão do GIP (Groupe d’Information sur les Prisons), na luta contra o racismo, eles compartilham do grupo de para protestar contra as condições penitenciárias na França.[35]
Ainda que intermitente, a amizade sempre foi muito intensa, escreveram e debateram textos juntos, como foi o caso da “introdução” que redigiram para a tradução francesa da obra de Nietzsche, Introduction générale aux oeuvres philosophiques complètes de F. Nietzsche,[36] como também participaram do famoso debate sobre o poder, intitulado Un dialogue sur le pouvoir; com Pierre Victor, sobre a justiça popular, denominado Sur la justice populaire: débat avec les maos[37]; e sobre a relação entre os intelectuais e o poder, intitulado Lês intellectuels et le pouvoir.[38]
Gilles Deleuze, no começo do ano de 1970, publicou na revista Critique, um famoso ensaio intitulado Un nouvel Archiviste,[39] no qual procurou comentar detalhadamente L’Archéologie du Savoir. Igualmente em 1975, após a publicação de Surveiller et Punir, Deleuze faz uma clássica resenha na mesma revista intitulada Écrivain non: un nouveau cartographe.[40]
Em meados da década de setenta ambos participam, juntamente com outros filósofos e políticos, como Sartre, Simone de Beauvoir, François Mitterrand, Michel Rocard, Lionel Jospin, Jean-Pierre Chevènement, Yves Montand e Claude Mauriac, do Comitê pela Defesa dos Prisioneiros Políticos Iranianos.[41]
Apesar da contígua amizade, a ver-se pelas constantes publicações de artigos de ambos comentando suas recentes publicações, Foucault, talvez muito mais do que o próprio Deleuze, após as suas opções políticas de 1975, em que deixava gradativamente sua fase esquerdista, sem qualquer ruptura, acabou se afastando deste grande pensador, que segundo Didier Eribon, seria muito mais por razões políticas, do que por uma autocrítica pela qual Foucault passava após a publicação de La Volonté du Savoir.
Ambos se distanciaram por duas significativas razões: primeiro, porque Foucault, em 1977, durante a militância contra a extradição do advogado alemão Klaus Croissant, que estava sendo acusado de auxiliar materialmente um grupo denominado “Bando de Baader”, rechaçou a atitude de Deleuze, ao defender, além do advogado, também seus clientes, os quais Foucault considerava ‘terroristas’.
Foucault, ao escrever seu manifesto, restringe-se aos temas exclusivamente jurídicos, aos direitos de defesa e à recusa da extradição, enquanto Deleuze fora mais amplo, apresentando, juntamente com Felix Guatarri a Alemanha Ocidental como um país que caminhava para a ditadura policial; em segundo, porque discordavam da figura dos “novos filósofos”, em especial André Glucksmann, com os quais Deleuze tinha grande antipatia, porque entendia que esses não passavam de animadores de programa de televisão,[42] enquanto Foucault defendia a importância de suas idéias, e já havia escrito um texto, intitulado La grande colère des faits, em que reconhecia a inserção no discurso filosófico de temas como o Gulag.[43]
Após 1977, a amizade nunca mais foi a mesma, embora Foucault tivesse sempre continuado a bem comentar aos seus colegas as produção de Deleuze, o qual considerava “o único espírito filosófico na França”, e Deleuze ter reconhecido cotidianamente a importância de Foucault para a filosofia. Tanto isso é verdade, que no dia 14 de dezembro de 1981, por ocasião da violenta repressão do movimento sindical Solidariedade na Polônia pelo general Jaruzelski, quando Foucault e Bourdieu escreveram um manifesto para publicarem no Libération, e foram atrás de grandes personalidades francesas para ganhar assinaturas, Deleuze se recusara, pois dizia não querer embaraços para um governo socialista que acabava de se instalar.129
No campo intelectual, há inúmeras possibilidades de encontrar temáticas comuns: desejo, enunciado, multiplicidade, fora, entretanto, é a possibilidade de um pensar diferente, de um discurso de transgressão que os une incondicionalmente.
Essas importantes relações tornam-se, então, profícuas para iniciar a investigação de seus pensadores, marcando-lhes a esteira similar de percurso, e fazer o discurso jurídico se desdobrar na direção do impensado, e poder construir um discurso constitutivo radicalmente erotizado.
(fragmento extraído da tese de mestrado “O DIREITO EROTIZADO: Ensaios sobre a experiência do fora e do novo na constituição de um discurso jurídico transgressional”, apresentada por GUILHERME ROMAN BORGES em 2005 junto ao Programa de Pós-Graduação em Direito, área de Sociologia do Direito, da Faculdade de Direito, do Setor de Ciências Jurídicas, da Universidade Federal do Paraná, sob orientação do Prof. Dr. Abili Lázaro Castro de Lima)
[1] MACHADO, Roberto. Foucault: a filosofia e a literatura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000, p.10.
[2] RIBEIRO, Renato Janine. O discurso ..., p. 29. “A frase que choca ou impressiona tem eficácia – a de ofuscar, a de permitir um novo conhecimento mediante o desalojar a razão, presa das rotinas ... ao leitor, busca-se surpreender, fazendo que perca suas rotas usuais mediante lampejos, pontuais, de sedução...”
[3] HABERMAS, Jürgen. Der philosophische..., p. 248-343.
[4] ERIBON, Didier. Michel Foucault. 2ème. éd. Paris: Champs Flammarion, 1991, p. 36-37.
[5]ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 92.
[6] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 114.
[7] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 155.
[8] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 226-227.
[9] FOUCAULT, Michel. Jean Hyppolite. 1907-1968. Revue de métaphysique et de morale, Paris,
a. 74, n. 2, p. 129-136, avril/juin 1969.
[10] BATAILLE, Georges. Choix de lettres (1917-1962) (établie par Michel Surya) Paris: Gallimard,
1997, p. 1-588.; e BLANCHOT, Maurice. Les lettres à Georges Bataille. In: Choix de lettres
(1917-1962) (établie par Michel Surya) Paris: Gallimard, 1997, p. 589-598.
[11] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 79.
[12] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 46.
[13] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 79.
[14] FOUCAULT, Michel. La pensée du dehors. Critique: Revue Générale des Publications
Françaises et Étrangère, Paris, v. XXII, n. 229, p. 523-546, juin 1966.
[15] BLANCHOT, Maurice. Foucault tel que je l’imagine. Monpellier: Fata Morgana, 1986, p. 9-10.
“Para ser exato, eu devo dizer que não tive relações pessoais com Michel Foucault. Nunca o encontrei, exceto uma vez, no pátio da Sorbonne durante os acontecimentos de Maio de 68, talvez em Junho ou Julho (mas me dizem que ele não estava lá), e lhe dirigi então algumas palavras, ignorando ele quem lhe estava a falar (digam o que disserem os detratores de Maio, foi um belo momento esse, em que cada um podia falar com qualquer outro, anônimo, impessoal, homem entre os homens, acolhido sem outra justificação para além da de ser um outro homem). É verdade que durante esses acontecimentos extraordinários, eu dizia muitas vezes: Mas porque é que Foucault aqui não está? – restituindo-lhe assim o seu poder de atração e considerando o lugar vazio que ele deveria ter poupado. Ao que me respondiam com uma observação que não me satisfazia: ele continua um pouco reservado; ou então: está no estrangeiro. Mas, precisamente, muitos estrangeiros, até remotos japoneses, estavam lá. Foi assim, talvez, que perdemos a ocasião de nos encontrarmos.”
[16] 101 ERIBON, Didier. Michel Foucault., p. 174.
[17] FOUCAULT, Michel. Préface à la transgression. Critique: Revue Générale des Publications Françaises et Étrangère (Hommage à), Paris, v. XIX, n. 1963, p. 751-769, août/septembre, 1963.
[18] FOUCAULT, Michel. Présentation. In: Georges Bataille: oeuvres complètes. v. 1. Paris: Gallimard, 1970, p. 5-6.
[19] FOUCAULT, Michel. Structuralisme et post-structuralisme. Dits et Écrits. Org. Daniel Defert et François Ewald. Paris: Gallimard, v. 4, 1994, p. 437. “... j’ai lu Nietzsche à cause de Bataille et j’ai lu Bataille à cause de Blanchot.”
[20] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 31.
[21] MACEY, David. Michel Foucault. Trad. Pierre-Emmanuel Dauzat Paris: Gallimard, 1994, p.
101.
[22] PIEL, Jean. Michel Foucault..., p. 751. “Quels furent les invités? (...) et bien entendu RolandBarthes qui était un invité presque habituel.” [trad. do autor “Quais foram os convidados? (...) e, especialmente, Roland Barthes que foi um dos convidados mais habituais.”] e ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 104.
[23] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 177.
[24] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 104.
[25] Em Roland Barthes par Roland Barthes, o autor fala de suas duas deusas H, o haschisch e o homossexualismo. BARTHES, Roland. Roland Barthes par Roland Barthes. Paris: Éditions du Seuil, 1975, p. 68.
[26] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 156-157.
[27] FOUCAULT, Michel. Roland Barthes (12 novembre 1915 – 26 mars 1980). Dits et Écrits. Org.
Daniel Defert et François Ewald. Paris: Gallimard, v. 4, 1994, p. 124-125.
[28] BARTHES, Roland. Roland Barthes par Roland Barthes. Paris: Éditions du Seuil, 1975, p. 65.
[29] BARTHES, Roland. Encore le corps. Critique: Revue Générale des Publications Françaises et Étrangère, Paris, n. 423-424, p. 645, août/septembre, 1982.
[30] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 50.
[31] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 83.
[32] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 162.
[33] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 215.
[34] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 177.
[35] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 243 e 254.
[36] FOUCAULT, Michel; DELEUZE, Gilles. Introduction générale aux oeuvres philosophiques compètes de F. Nietzsche. In: Dits et Écrits. Org. Daniel Defert et François Ewald. v. 1 Paris: Gallimard, 1994, p. 561-564.
[37] FOUCAULT, Michel; DELEUZE, Gilles; VICTOR, Pierre. Sur la justice populaire: débat avec les maos. In: Dits et Écrits. Org. Daniel Defert et François Ewald. Paris: Gallimard, v. 2, 1994, p. 340-369.
[38] DELEUZE, Gilles. Les intellectuels et le pouvoir: entretien avec Michel Foucault. In: Dits et Écrits. Org. Daniel Defert et François Ewald. Paris: Gallimard, v. 2, 1994, p. 306-315.
[39] DELEUZE, Gilles. Un nouvel archiviste. In.: Critique: Revue Générale des Pfrançaises et Étrangère, Paris, v. XXXI, n. 274, p. 195-209, mars 1970.
[40] DELEUZE, gilles. Ecrivain non: un nouveau cartographe. Michel Foucault: Surveiller et punir. In.: Critique: Revue Générale des Publications Françaises et Étrangère, Paris, v. XXXI, n. 343, p. 1207-1228, déc. 1975.
[41] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 300.
[42] ERIBON, Didier. Michel Foucault..., p. 277.
[43] FOUCAULT, Michel. La grande colère des faits. In.: Dits et Écrits. Org. Daniel Defert et François Ewald. v. 3 Paris: Gallimard, 1994, p. 277-281.