diz estudo da universidade de Princeton
Em três anos, o Facebook perderá 80% de seus atuais usuários. A previsão não é de uma adivinho de um espaço noturno de televisão. É de dois pesquisadores do departamento de Mecânica e Engenharia Espacial da prestigiosauniversidade de Princeton.
A reportagem é de Javier Martín, publicada no jornal El Pais, 23-01-2014.
John Cannarella e Joshua A. Spechler, autores do estudo, não baseiam suas conclusões em pesquisas de tráfego ao uso dos tradicionais medidores, senão na dinâmica de expansão e desaparecimento de doenças infecciosas, como a gripe. Para isso, empregaram a atual ferramenta de GoogleTrends para prever, por exemplo, a expansão da gripe pelo mundo.
O Modelo epidemiológico na dinâmica das redes sociais, título do ensaio, trata de explicar e de prever o rápido crescimento das redes sociais, bem como sua não menos rápida queda, para isso toma como modelo mais sintomático -por ter completado esse ciclo- a rede MySpace que, no início do século era a indiscutível líder mundial para cair no ostracismo em um par de anos.
Segundo sua analogia Gripe-rede social, Facebook alcançou seu pico em 2012 e a partir de então teve uma queda, concretamente de 20% em dezembro de 2013. E para justificá-lo baseiam-se nas buscas através de Google, buscador maioritário no mundo. Seguindo seus paralelismos de curvas de crescimento e queda, os dois pesquisadores estimam que entre 2015 e 2017 o Facebook perderá 80% de seus atuais usuários, que são pouco mais de 1,1 bilhão, isto é que só teria cerca de 230 milhões de usuários.
Não são os primeiros que preveem a queda do Facebook, entre outras coisas porque a experiência assim o diz, mas sim os que a quantificam em tempo e dados, e além disso em uma cifra tão exorbitantes. Sem ir mais longe, há alguns dias o GlobalWebIndex assinalou que no último trimestre o Facebook perdia 3% de usuários, embora lhe tirou importância.
O mesmo Facebook reconheceu uma queda de visitas entre os mais jovens pelo que tenta os recrutar através de serviços que eles empregam, como foi o caso do Instagram, que comprou, ou a rede SnapChat de auto-eliminação de mensagens em segundos, por quem ofereceu 3 bilhões de dólares (7 bilhões de reais), sem sucesso.
O estudo de John Cannarella e Joshua A. Spechler tem, no entanto, o defeito de se basear nas buscas do Facebookatravés de Google, quando já a metade das visitas a esta rede social se realizam desde aparelhos móveis com sua aplicação. Em qualquer caso, bastará esperar o final do ano para comprovar se a rede social cairá esses 20% ou um pouco mais para comprovar esses 80% de perda de audiência.