quarta-feira, 24 de março de 2010

O fim do site Rizoma.net


É uma pena, mas somente hoje percebi que o site Rizoma.net saiu do ar.

Anárquico, vanguardista, provocador, inteligente. O Rizoma foi um marco na cibercultura, divulgando, produzindo ou traduzindo textos, entrevistas, matérias e reflexões libertárias e extremamente inovadoras.

Transgressor e sofisticado, inimigo da vulgaridade e do neo-fascismo jeca que assola o momentum pos-moderno, o Rizoma trafegava/traficava tranquilamente nas fronteiras da arte, filosofia, antropologia, psicanálise ou qualquer outra manifestação da vida, sempre em busca de novos paradigmas, rompendo limites.

No Rizoma pude ler e conhecer mais um pouco do Situacionismo ou das vanguardas punks ou ciber-punks, ou do pensamento anarquista-místico de Hakim Bey, só para ficar nos exemplos mais conhecidos.

Desde o falecimento de seu criador, Ricardo Rosas, o Rizoma vinha passando por mudanças.

No entanto, seu acervo não se perdeu. Parece que o pessoal que continuou a obra do Ricardo está disponibilizando acesso livre, para download, de todo o precioso material publicado.

Altamente recomendado para todos aqueles que se interessam por arte, vanguardas, filosofia, antropologia, anarquismo....

Confira nos links abaixo:




O grande irmão britânico




Big Brother nas lixeiras


A política de vigilância no Reino Unido pode ter alcançado novos níveis. Depois de o governo apresentar uma proposta de implantação de microchips em cães britânicos, há pouco mais de uma semana, é a vez agora de os residentes prestarem atenção ao lixo de suas casas. O grupo de defesa dos direitos humanos Big Brother Watch informou que autoridades de 68 cidades esconderam microchips nas latas de lixo das residências para monitorar os desperdícios de 2,6 milhões de casas.

A notícia é do jornal O Globo, 19-03-2010.

Entre os “vigiados”, estão residentes de Belfast, Bristol e Leeds. Segundo o Big Brother Watch, uma pesquisa realizada no ano passado revelou que, a cada dez pessoas, oito eram contra a medida. O relatório informa que a subprefeitura de Belfast já gastou 27,612 mil libras esterlinas em monitoramento de reciclagem e contaminação através de microchips, afetando 125 mil residências.

A intenção dos governos, de acordo com o grupo, é saber quais medidas de saneamento funcionam de forma adequada e também identificar os melhores recicladores para poder premiá-los.

— Este argumento é similar ao que usaram quando instalaram câmeras nas ruas. Diziam que era para nos proteger da delinquência, mas, na maioria das vezes, as câmeras são usadas para vigiar inocentes. Se não há intenções de nos monitorar e nem nos aplicar multas, por que instalaram esses microchips secretamente? — questionou o diretor da organização, Alex Deane.

Os chips, que têm o tamanho de uma pequena moeda, foram instalados na tampa dos latões. Neles, há informações que identificam cada residência e a quantidade de lixo despejado todos os dias.

Corinne Thomson, porta-voz da Associação de Governo Locais da Inglaterra e de Gales, disse que a operação foi realizada de forma discreta por medo de que as latas de lixo fossem vandalizadas.

— Este avanço tecnológico custou um certo dinheiro aos cofres públicos. Acreditamos que (a implantação de chips) nos ajudará a reduzir os custos de reciclagem e isso contribuirá para baixar os impostos — justificou a porta-voz da associação.

A subprefeitura de Belfast declarou que a instalação de microchips começou há sete anos e que a medida não nunca foi secreta.

“Nós temos informação sobre os microchips das lixeiras no nosso site e já produzimos diversas reportagens na revista gratuita ‘City Matters’ que explicam seu uso. Todos os dados são protegidos e somente funcionários autorizados podem consultá-los”, informou o órgão.

Desde a crise do “mal da vaca louca”, centenas de milhares de animais portam um microchip na orelha. Conhecida como o “passaporte bovino”, a placa eletrônica contém dados vitais da espécie e a identidade do proprietário. O ministro do Interior, Alan Johnson, afirmou que quer a mesma medida para os oito milhões de cães britânicos, como parte de uma iniciativa para controlar cachorros perigosos. A lei também poderá exigir um seguro pago pelos donos de cães a terceiros. Com 4,2 milhões de câmeras — uma para cada 14 habitantes —, o Reino Unido foi classificado pelo sociólogo David Murakami-Wood, da Universidade canadense de Queens, como “o país mais vigiado do mundo ocidental”. No entanto, a própria Scotland Yard já afirmou no passado que o sistema de monitoramento das cidades não coíbe a criminalidade.