Acredita-se que haja neste "vórtex de lixo" cerca de 100 milhões de toneladas de plástico de todos os tipos.
Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo tipo de plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo - ou sopa plástica - tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.
O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos, compara o vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo Pacífico. Quando passa perto do continente a mancha causa praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.
A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma faixa estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela região no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico à sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material e que não foi reciclada ainda está em algum lugar do planeta. Acrescente a isso o problema das partículas decompostas de plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer em algumas áreas do oceano Pacífico pode se encontrar uma concentração de polímeros até seis vezes maior que a de fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.
Segundo o PNUMA, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinhas todos os anos. Sem contar toda a fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões e centenas de espécies de peixes.
Essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja que concentra poluentes persistentes. Ou seja, qualquer animal que se alimenta nestas regiões pode ingerir altos índices de venenos que acabam introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, tornando verdadeira a afirmação de que o que fazemos à Terra acaba tendo impacto sobre nós, seres humanos.
O navio do Greenpeace Esperanza recentemente cruzou uma das maiores áreas da bolha, cujo centro encontra-se a cerca de 900 KM a nordeste do Hawaí. Esse é o epicentro de um "sistema" que cobre boa parte do Oceano Pacifico. Somente esta área tem aproximadamente o tamanho do Estado do Texas, girando em sentido horário. Estima-se que haja na área cerca de 6 Kg de plástico para cada Kg de plancton.
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O que fazer ?
Todos nós sabemos, no íntimo, o que fazer.
Se você é publicitário, jornalista ou outro tipo de formador de opinião, voce pode e deve mudar sua conduta, com vistas a ajudar na imprescindível mudança de mentalidades. Seus filhos e netos agradecem. A natureza agradece.
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Seus alunos não se interessam pelas aulas ? Eles têm razão ! Saia do cinismo burocrático.
Se você é somente um consumidor, pelo menos consuma conscientemente.
Penso ser nefasta a cultura do denuncismo que se limita a ouvir e ver passivamente.
Podemos e devemos fazer algo agora, neste momento, mudando nossas próprias rotinas.
A solução de nossos problemas não se encontra fora de nós, mas na integridade e na lucidez cotidianas.
Não siga cartilhas ou preceitos morais: seja simplesmente honesto e íntegro com você mesmo !
(Fontes das matérias: The Independent, Greenpeace e Mindfully)
(Extraído de:
http://www.viomundo.com.br/bizarro/no-oceano-pacifico-bolha-de-plastico-e-marca-do-homem/
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